
Diário de uma Viajante
Capivari e a doçura do Turismo Solidário
Capivari é um pequeno vilarejo do Serro em Minas Gerais. Para chegar até lá é necessário andar em 27Km de estrada de terra do Serro até o distrito de Capivari. Deste lindo vilarejo guardo muitas lembranças da minha graduação na UFMG, pois foi por meio de trabalhos de campo no local que conheci e aprendi na prática o significado de um Turismo Solidário.
O pequeno povoado que possui cerca de 490 moradores, está localizado no Pico do Itambé, que oferece uma visão panorâmica de todo o Alto Jequitinhonha, e por ser um ponto culminante na região, foi um dos fatores principais para criação do Parque Estadual do Pico do Itambé, em 21 de janeiro de 1998.
O parque abriga riquezas naturais belíssimas, como cachoeiras, nascentes, cursos d´água, e claro o Pico do Itambé, a vegetação também é bastante diversificada e fauna bastante rica.
Capivari é marcada pelas suas belezas naturais e por um acolhimento que é difícil explicar com palavras, mas é bastante perceptível a todos como a população local abraça o local!
Para começar se você deseja se hospedar em Capivari, você terá que escolher dentre várias casas acolhedoras em qual quer ficar. Isso mesmo, você não leu errado, lá o turista fica na casa de uma pessoa e compartilha de tudo de mais lindo que cada família pode oferecer, ao todo são 8 casas que acolhem os turistas, caso tenha interesse os contatos de cada morador estão no site: http://www.turismosolidario.com.br/
Na pequena Capivari você irá encontrar quatro trilhas:
- Caminhada Pico do Itambé
O Pico do Itambé é o marco referencial de toda região, com 2.044 metros de altitude, para chegar ao seu cume é necessário uma caminhada de 14 Km cercada de campo rupestre, cerrado, fauna e flora exuberante. Algumas orquídeas e bromélias são endêmicas da região. A vista é maravilhosa, confesso que é lindo ver tudo lá de cima. Responsável: Genésio da Cunha
- Caminhada Cachoeira do Tempo Perdido
Após aproximadamente 6 km de caminhada em meio à vegetação de campo rupestre. O visitante se depara com a Cachoeira do Tempo Perdido, que possui uma grande piscina natural com uma linda queda d’água, compondo um cenário singular. Responsável: Reinaldo Ribeiro / Élcio Ribeiro
- Caminhada à Cachoeira Maria Bruna
A trilha tem aproximadamente 8Km de caminhada leve, sobre campo rupestre, cerrado e rochas características da região. A cachoeira tem um poço de água pura e cristalina. Responsável: Reinaldo Ribeiro
- Caminhada Cachoeira do Amaral
Caminhada de aproximadamente 8 km, até a Cachoeira do Amaral, com percurso de vegetação típica de campo rupestre, várias espécies de sempre-vivas, planta muito encontrada na região. A cachoeira possui duas grandes quedas d’água formadas pelo rio Capivari e um grande poço, entre formações rochosas. Responsável: Elcio Ribeiro
Dicas:
Se você estiver sem tempo e tiver que escolher uma das cachoeiras, indico, de olhos fechados, a Cachoeira do Tempo Perdido, e não se assuste com o nome, pois ela é belíssima e digo mais, é a cachoeira mais linda que visitei na vida.
Para chegar até a cachoeira tem sinalização, mas indico contratar um guia. A caminhada é leve, cerca de 1 hora caminhando. No caminho há uma casinha de pau a pique muito linda de uma Senhorinha super simpática que está aberta para prosa sempre, e acredite se quiser, ela ainda vive sem água, luz e fogão a gás, mas vive numa felicidade tão plena que nos faz pensar se realmente precisamos de tudo que está na nossa listinha de necessidades básicas.
Outra dica básica é levar um lanchinho e água para fazer qualquer uma das trilhas, pois não tem nada perto. E claro usar roupas leves, protetor solar, e sapato confortável para trilha!
E a dica mais importante é RESPEITE A POPULAÇÃO LOCAL, eles estão de braços aberto para receber cada visitante que queiram vivenciar naquele local como eles vivem. Não espere luxos, mas espere receber tudo que eles possuem de coração aberto, é simplesmente uma viagem inesquecível.
Enfim, visitar Capivari é se encantar com a população local, com as belezas naturais, ter a certeza que Deus caprichou naquele pequeno vilarejo e claro contribuir solidariamente com a comunidade local.
Um grande abraço e até nossa próxima viagem.
Fernanda Brito de Pinho



