Catapora
- Fabrinne Apolônio
- 21 de set. de 2016
- 3 min de leitura

Na Série "Cuidados com as Crianças" hoje vou falar sobre a catapora, doença viral que afeta principalmente as crianças e com maior incidência no final de setembro.
Esta semana (segunda-feira 19/09) iniciou uma nova Campanha Nacional de Vacinação o objetivo é alcançar também os adolescentes, de 10 a 15 anos incompletos (grupo que apresenta maior resistência para se vacinar), além de menores de cinco anos e crianças de nove.
Os pais precisam ficar atentos, pois o calendário Nacional de Vacinação vem sofrendo mudanças constantes com o objetivo de prevenir cada vez as doenças. Na dúvida sempre leve a caderneta da criança e adolescente ao posto de saúde e verifique a necessidade de alguma atualização.
Um exemplo destas mudanças foi a vacina contra a catapora que em 2013 a rede pública de saúde (SUS) passou a oferecer. A mesma encontra-se associada com outros três antígenos na vacina tetraviral que protege contra o sarampo, caxumba, rubéola e catapora.
A vacina é administrada aos 15 meses de vida, não podendo ser aplicada antes de um ano. Em geral, a vacina da catapora não produz reações adversas, mas em alguns casos é possível que ocorra febre; dor de cabeça; irritabilidade; dor e vermelhidão no local da injeção.
As contraindicações são para grávidas, bebês com menos de 1 ano, indivíduos com o sistema imune comprometido, como ocorre durante a AIDS e no tratamento do câncer, por exemplo.
A varicela ou catapora é uma doença causada por vírus que, geralmente, atinge as crianças, mas os adultos também podem ser afetados. Seu principal sintoma são as feridas que surgem na pele e provocam intensa coceira. Sua maior incidência é no fim do inverno e início da primavera (momento que nos encontramos).
A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece através do contato com o líquido da bolha ou pela tosse, espirro e saliva ou por objetos contaminados pelo vírus. O período de incubação é de 4 a 16 dias e a transmissão se dá entre 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões de pele e até 6 dias depois, quando todas as lesões estiverem na fase de crostas. Deve-se afastar a criança da creche ou escola por 7 dias, a partir do início do aparecimento das manchas vermelhas no corpo.
Os sintomas são além de manchas vermelhas e bolhas no corpo, a doença também causa mal estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e febre baixa. As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo, e se espalham e se transformam em pequenas vesículas cheias de um líquido claro. Em poucos dias o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizam. Este processo causa muita coceira, que pode infeccionar as lesões devido a bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar.
Nas crianças pequenas, não é indicado qualquer tratamento, nem mesmo os conhecidos banhos de permanganato, que, quando mal diluído, pode causar queimaduras na pele e acrescentar morbidade à doença.
O ideal é fazer a higiene adequada da pele, com água e sabão, durante o banho habitual, e cortar bem as unhas da criança para que ela não coce as vesículas e corra o risco de infeccioná-las. O tratamento específico com a medicação, que é o aciclovir, só é indicado em adultos ou pacientes acima dos 12 anos, pois a taxa de complicação da doença costuma ser maior.
Em casos específicos, quando o paciente tem HIV, algum grau de imunossupressão ou outra comorbidade que faz com que ele manifeste uma varicela mais grave, é indicado o tratamento com aciclovir também em menores de 12 anos. Antitérmicos são indicados e deve-se lembrar de evitar ácido acetilsalicílico e ibuprofeno. Em algumas situações, pode-se lançar mão de medicações anti-histamínicas visando conter o prurido que acompanha as lesões de pele, sempre com indicação médica.
Apesar da catapora não ser uma grave, com raras exceções é sempre bom prevenir, e a vacina é a melhor prevenção.
Fabrinne Apolônio
#Série Cuidados com as crianças